Socorrendo aves em perigo
O socorro a aves acidentadas ou doentes dependerá de muitos fatores, como a espécie envolvida, sua idade (vide abaixo socorro a filhotes) as condições do acidente ou doença. Desta forma, o melhor a fazer é levar a ave a um profissional capacitado para esse atendimento. Muitos municípios dispõem de setores especializados no atendimento de animais silvestres acidentados ou doentes. Em outros, os profissionais dos Centros de Controle de Zoonoses podem ajudar, bem como os dos Jardins Zoológicos. Também veterinários de clínicas particulares.
No município de São Paulo pode-se contatar a Divisão de Fauna, sediada no Parque Ibirapuera:
Av. IV Centenário, portão 7A
Segunda a sexta das 7:00 às 19:00 h
Tel. (11)3885 6669
faunasvma@prefeitura.sp.gov.br
Filhotes
Um acontecimento comum é encontrar filhotes de aves no chão. Eventualmente caíram do ninho, ou estão ainda aprendendo a voar. Alguns tentam recolocar o filhote no ninho, mas pode não ser a melhor alternativa, ele pode ter fugido de lá por algum motivo, como pelo fato do ninho ter sido encontrado por algum predador. Quando saem do ninho e ficam escondidos em meio à vegetação, os pais continuam alimentando-os. Deixar então o filhote em algum lugar protegido, sem movimentação de pessoas e de cães e gatos. O ideal é escondê-lo em meio à folhagem. Até filhotes deixados em uma gaiola foram continuaram a ser alimentados pelos pais. Se os pais não estiverem no local e não seja possível encaminhar o filhote de imediato a um Centro de Recepção de Animais Silvestres - CETAS, tratar da ave até ela conseguir voar. Pode ser mantido em uma caixa de papelão com aberturas. O alimento deve ser dado em sua boca, procurando que ele tenha o menor contato com as pessoas, para que não fique dependente dessas, podendo assim ser restituído à natureza.
Filhotes mais prematuros devem ser alimentados logo que
encontrados com solução fisiológica e glicose 2,5% (1 ml de S.F. com 1/2 ml de
glicose). Algumas gotas diretamente no bico para hidratar e fornecer energia,
independente da espécie, até providenciar alimentação adequada, papa de sementes
para os granívoros, papa de frutas para os frugívoros, carne para os rapinantes
(não esquecer do cálcio) e assim por diante.
Manter a ave aquecida, usando para isto bolsas térmicas. Garrafas pets com água quente podem substituir as bolsas térmicas, ou mesmo lâmpadas, sem incidir a luz diretamente sobre a ave.
Beija-flores
Frequentemente beija-flores entram nas casas à procura de alimento (pegam pequenas aranhas nos cantos das paredes) ou de local para ninho (algumas espécies fazem ninhos suspensos dentro de grutas e lugares parecidos). Podem assim ficar desorientados e, em função do exercício na tentativa de saírem, ficam exaustos e pousam em algum lugar. Outras vezes poderão sem encontrados próximo das casas, caídos, vitimados por tempestades ou outras situações.
Podemos ajudá-los simplesmente colocando-os num lugar aquecido (sobre um pano próximo de uma lâmpada) e oferecendo água açucarada com um conta gotas, ou um bebedouro, ou mesmo com uma colher. Basta encostar a ponta do bico do beija-flor na água açucarada que ele, percebendo o sabor, começará a alimentar-se com movimentos da língua. Uma vez alimentado deve-se deixá-lo novamente próximo de uma fonte de calor, eventualmente embrulhado em um lenço (delicadamente, para não prejudicar a respiração), à moda de um bebê, em local quieto, longe de pessoas e animais. Quando começar a demonstrar sinais de atividade e inquietação, deve ser desembrulhado e deixado em um lugar de onde poderá alçar vôo por sua própria conta.