COMO ORGANIZAR, INFORMATIZAR  E TRABALHAR COM LISTAS DE AVES

Organizando seus registros

No trabalho de campo, há diferentes formas de registrar as detecções que vão sendo feitas. Por escrito, escrevendo os nomes das espécies em uma caderneta de campo (um método já antiquado, mas que tem a vantagem para o observador que quiser aprender os nomes científicos das aves!), ticando-se em um check-list previamente preparado, gravando os nomes das aves em um gravador ou ticando os nomes em uma lista informatizada no celular (eventualmente diretamente em uma plataforma de registros de aves, como o E-bird). Deve-se, entretanto, optar por um método que tome o menor tempo, pois em campo devemos estar atentos às aves.

Os registros são depois passados para o computador.

No computador, uma forma de guardar os registros é montando listas, utilizando-se para isto o word ou excel. Vide abaixo uma lista de aves do Parque da Luz, São Paulo. Um grande problema de guardar os dados desta forma é que periodicamente o Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos - CBRO faz mudanças nos nomes científicos das espécies e na ordenação sistemática e então temos que fazer as devidas correções em cada uma de nossas listas. Da mesma forma, o resgate das informações pode ser trabalhoso, à medida que o número de nossas listas aumenta.

Check-list de aves da região central da Cidade de São Paulo, com registros de aves observadas no Parque da Luz

 

Ordenação

Espécies

Jornada 1

Jornada 2

Jornada 3

x

Cathartidae

 

 

 

x

Coragyps atratus

 

x

 

x

Columbidae

 

 

 

x

Columbina talpacoti

x

x

x

x

Psittacidae

 

 

 

x

Aratinga solstitialis

 

 

x

x

Brotogeris tirica

x

x

x

x

Brotogeris chiriri

 

 

x

 

Apodidae

 

 

 

 

Chaetura andrei

 

 

 

 

Trochilidae

 

 

 

 

Eupetomena macroura

 

 

 

 

Amazilia lactea

 

 

 

x

Furnariidae

 

 

 

x

Furnarius rufus

 

x

 

x

Tyrannidae

 

 

 

x

Elaenia flavogaster

 

x

 

x

Todirostrum cinereum

x

x

x

 

Machaetornis rixosus

 

 

 

x

Pitangus sulphuratus

x

x

x

 

Myiozetetes similis

 

 

 

 

Tyrannus savana

 

 

 

x

Tyrannus melancholicus

x

x

x

x

Hirundinidae

 

 

 

x

Notiochelidon cyanoleuca

x

x

 

 

Troglodytidae

 

 

 

 

Troglodytes aedon

 

 

 

x

Muscicapidae

 

 

 

x

Turdus rufiventris

x

x

x

x

Turdus leucomelas

x

x

 

 

Mimidae

 

 

 

 

Mimus saturninus

 

 

 

x

Vireonidae

 

 

 

x

Vireo olivaceus

 

x

 

x

Coerebidae

 

 

 

x

Coereba flaveola

 

 

x

x

Emberizidae

 

 

 

x

Thlypopsis sordida

x

 

 

x

Thraupis sayaca

x

x

 

x

Thraupis palmarum

 

x

 

x

Zonotrichia capensis

x

 

x

x

Molothrus bonariensis

x

 

 

x

Passeridae

 

 

 

x

Passer domesticus

x

x

x

 

Estrildidae

 

 

 

 

Strilda astrild

 

 

 

Para montagem desta lista utilizou-se um check-list de aves do centro de São Paulo. Foi-se assinalando as espécies observadas com um “x” nas colunas das sucessivas  jornadas de observação. Pode-se também assinalar alguma notação que dê informações adicionais sobre cada registro, como o número de indivíduos observados, se foi visto casal, sexo do indivíduo observado, ambiente em que estava, se estava reproduzindo, se o registro foi documentado, etc. Se novas espécies são detectadas, estas vão sendo acrescentadas à lista. 

No check-list, ao final do levantamento, para se obter uma lista definitiva, ordena-se a tabela de acordo com a coluna "Ordenação", obtendo-se uma lista com apenas as espécies que ocorrem na localidade. Note-se que é preciso colocar o "x" nas famílias em que foram registradas espécies.

 

É possível também, em uma só lista, compilar as avifaunas de diversas localidades, pertencentes a uma mesma área que as abrange. Por exemplo: diferentes parques urbanos de uma mesma cidade ou diferentes áreas de uma fazenda: áreas plantadas, pastos, mata, brejos, etc. Neste caso pode-se utilizar um mesmo check-list colocando-se diversas "colunas de ordenação", uma para cada localidade, e proceder da forma já explicada. Na frente de todas deixa-se uma coluna de ordenação geral. Quando se quiser listas específicas de cada localidade basta ordenar a coluna respectiva. Veja como exemplo um levantamento de aves de algumas áreas verdes do centro de São Paulo:

Localidades:

A: Praça Princeza Izabel

B: Praça Dom José Gaspar

C: Largo do Arouche

 

G

A

B

C

Espécies

A1

B1

C1

x

x

 

x

Cathartidae

 

 

 

x

x

 

x

Coragyps atratus

x

 

x

x

 

x

x

Columbidae

 

 

 

x

 

x

x

Columbina talpacoti

 

x

x

x

x

x

x

Psittacidae

 

 

 

x

x

x

x

Brotogeris tirica

x

x

x

 

 

 

 

Apodidae

 

 

 

 

 

 

 

Chaetura andrei

 

 

 

 

 

 

 

Trochilidae

 

 

 

 

 

 

 

Eupetomena macroura

 

 

 

 

 

 

 

Amazilia lactea

 

 

 

x

x

x

x

Tyrannidae

 

 

 

x

x

x

x

Todirostrum cinereum

x

x

x

x

x

 

 

Machaetornis rixosus

x

 

 

x

x

x

 

Pitangus sulphuratus

x

x

 

 

 

 

 

Myiozetetes similis

 

 

 

x

x

 

 

Hirundinidae

 

 

 

x

x

 

 

Notiochelidon cyanoleuca

x

 

 

x

x

 

x

Troglodytidae

 

 

 

x

x

 

x

Troglodytes aedon

x

 

x

x

x

x

 

Muscicapidae

 

 

 

x

x

x

 

Turdus rufiventris

x

x

 

x

x

 

x

Mimidae

 

 

 

x

x

 

x

Mimus saturninus

x

 

x

x

x

x

x

Coerebidae

 

 

 

x

x

x

x

Coereba flaveola

x

x

x

x

x

x

x

Emberizidae

 

 

 

x

x

x

x

Thlypopsis sordida

x

x

x

x

 

x

 

Thraupis sayaca

 

x

 

x

x

 

x

Thraupis palmarum

x

 

x

x

x

x

 

Zonotrichia capensis

x

x

 

x

x

x

x

Molothrus bonariensis

x

x

x

x

 

x

 

Passeridae

 

 

 

x

 

x

 

Passer domesticus

 

x

 

 

 

 

 

Estrildidae

 

 

 

 

 

 

 

Strilda astrild

 

 

 

A desvantagem desse processo é que pode gerar uma tabela pesada e confusa à medida que formos aumentado o número de localidades. Também, a pesquisa de dados fica muito dificultada. Por exemplo, para pesquisarmos onde ocorre determinada espécie teríamos que procurar em diversos arquivos. Mas para quem está interessado em manter registros apenas de uma ou poucas localidades, pode ser um bom método.

Para o arquivamento de um volume maior de dados, ao invés de preparar listas específicas das diversas localidades, o ideal é ajuntar todos os registros em um único banco de dados, de onde posteriormente as informações serão resgatadas da forma que for necessário: por localidade, por data, por observador, etc. Ou seja, deve-se criar um Banco de Registros.

 

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