COMO ORGANIZAR, INFORMATIZAR  E TRABALHAR COM LISTAS DE AVES

Criando um banco de registros.

 

Chegamos do campo e temos diversos registros novos efetuados. No mini-gravador diversas espécies registradas, na máquina fotográfica diversas fotos feitas e no gravador vozes de diversas espécies. Trouxemos até uma bela pena de macuco achada em uma trilha. Precisamos entrar com esses dados no computador.

Hoje existem algumas plataformas on line onde as pessoas podem postar seus registros, com a vantagem de estar compartilhando seus dados com outros. Mas muitas vezes precisaremos ter nossos registros em nosso computador, onde possamos trabalhar com eles com diversos objetivos. Neste caso deveremos criar um banco de registros.

 

Não precisamos digitar os nomes das espécies, o que geraria muitos erros de digitação. Usamos um check-list já digitalizado. Em Fazendo registros e listas de aves aprendemos como preparar um check-list a partir da lista de aves do Brasil do CBRO.  O  Excel é um bom programa para a entrada dos registros. É só ir digitando um “x” (ou  qualquer outra letra ou caractere) numa coluna ao lado da coluna com os nomes das espécies. Se tivermos outras informações sobre cada espécie, por exemplo: documentação, colocamos em uma terceira coluna e assim sucessivamente. Mas note que as variáveis que forem comuns a todas as espécies detectadas na jornada de observação não precisam ser digitadas uma a uma. Podemos depois fazer isto facilmente com os recursos “copiar” e “colar” do programa.

 

Cada um terá suas necessidades e preferências com relação às variáveis relacionadas com cada registro que pretenderá compilar em seu banco de registros. Mas uma sugestão de dados mínimos é a seguinte:

 

subespécie (Especialmente quando duas subespécies ocorrem na mesma região. Algum dia alguma delas poderá ser alçada à condição de espécie).

ano (facilita a análise histórica das ocorrências)

data (eventualmente será um período, ou seja, da data x à data y, motivo pelo qual é interessante manter uma coluna de ano)

documentação (uma sigla indicará cada tipo de documentação, ou seja, se existe foto, gravação de voz, pena)

localidade

município

estado

referência (no caso de compilarmos também registros obtidos na literatura)

coletor (entenda-se aqui coletor da informação, quem fez o registro)

museu/número (permite incluir registros de espécimes em museus, com seu respectivo número tombo)

observações (número de indivíduos, se foi visto macho ou fêmea, se estava reproduzindo, etc)

coordenadas geográficas (para eventual inclusão em um sistema de informação geográfica) - essa informação é solicitada quando se posta os registros na plataforma E-Bird.

 

Terminada a entrada de dados no check-list, ordene a tabela com base na coluna onde marcos os "x" e terá juntos todos os registros feitos. Marque e copie os nomes das espécies. Abra o arquivo Banco de Registros (nosso banco “provisório”, antes de migrarmos as informações para o Access). Copie para o banco de registros a lista de espécies obtida. Volte ao check-list e copie as demais colunas onde tenha incluído informações adicionais sobre a espécie. Preencha as variáveis comuns para todas as espécies (ano, data, localidade, coletor, etc). 

 

Informações gerais sobre as jornadas de observação de aves

 

Não precisamos incluir em nosso banco de registros (até para torná-lo mais leve), uma série de informações gerais relacionadas com cada jornada de observação, que são comuns a todos os registros obtidos. Abrimos então um outro arquivo apenas para incluir essas informações. 

 

Sugere-se que em cada jornada de observação sejam registrados alguns dados mínimos, conforme exemplo sugerido a seguir (de levantamento no Parque Estadual do Juquery):

  

Jornada

Data

Horário

Acumulado de horas

Observadores

1

11/4/1999

8:30 - 12:30

4:00

CG, LFF, RP

2

18/4/1999

8:20 - 13:00

15:30 - 18:55

12:05

CG, LFF, RP

3

23/5/1999

8:15 - 12:20

13:15 - 19:00

21:50

CG, LFF, RP

4

18/7/1999

7:45 - 18:15

32:20

CG, LFF, PO, RP

5

22/8/1999

8:00 - 18:30

42:50

CG, LFF, PO, RP

  

É importante em todo levantamento indicar o tempo de observação, pois este indica o esforço de observação na área e valoriza o levantamento, permitindo também analisar o quanto o levantamento foi completo.

 

Outras informações poderão ser indicadas: condições climáticas, áreas exatas percorridas dentro da localidade de estudo, técnicas especiais de observação utilizadas (uso de redes, barcos, etc), condições de preservação da área, populações das diversas espécies, outros animais observados, agressões antrópicas à área (fogo, caça, poluição), aspectos vários da biologia das espécies (bandos mistos, aves seguindo formigas de correição, alimentação, reprodução, etc). 

 

Eliminado nomes de autores e ano em uma lista de espécies

Podemos receber de alguém uma lista de aves que pretendemos incluir em nosso banco. Mas essa lista foi preparada a partir de um ckeck-list com os nomes dos autores das espécies. Abaixo um exemplo fictício.  

Phacellodomus ruber (Vieillot, 1817)

Phacellodomus erythrophthalmus (Wied, 1821)

Phacellodomus ferrugineigula (Pelzeln, 1858)

Clibanornis dendrocolaptoides (Pelzeln, 1859)

Anumbius annumbi (Vieillot, 1817)

Coryphistera alaudina Burmeister, 1860

Metopothrix aurantiaca Sclater & Salvin, 1866

Acrobatornis fonsecai Pacheco, Whitney & Gonzaga, 1996

Roraimia adusta (Salvin & Godman, 1884)

Pseudoseisura cristata (Spix, 1824)

Pseudoseisura unirufa (d'Orbigny & Lafresnaye, 1838)

Pseudoseisura lophotes (Reichenbach, 1853)

Berlepschia rikeri (Ridgway, 1886)

Não podemos incluir os registros desta forma no banco, pois seriam interpretado pelo programa como outra espécie, o que prejudicará as análises que faremos depois. Não precisamos deletar um por um desses nomes. Utilize o arquivo Eliminar autores. As instruções de como usar esse recurso estão no próprio arquivo.

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